sábado, 31 de janeiro de 2009


Todos os dias ia ao mesmo lugar. Por horas,ficava à sombra daquela árvore que já nem dava frutos mas tinha a graça maior de trazer luz aquele coração que de tanto já não acreditava mais nos contos que gostava de ler.Sem dar por si,demorou um pouco mais que de costume e pôde ver o sol se pôr.Ficou encantada com as cores alaranjadas feitas no céu e lembrou-se do rapaz que tanto ama,como queria dividir aquele momento com ele.Então fechou os olhos e pôde senti-lo ali.Lembrou dos beijos,abraços e até da respiração de quando repousava a cabeça sobre seu ombro.Podia ver todos os momentos que passaram juntos,de como era feliz e era bom a sensação do amor.Voltou-se para o livro que tinha em mãos e leu o último paragráfo que terminava assim: "coração estúpido que engole amor e arrota rancor".Levantou-se e foi para casa.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Imagens se tornam a única possibilidade do meu desejo indesejado.Beije-me o espírito enquanto incendeia minha alma.Minhas asas são o que me levam pra perto do teu calor que também é imaginário.O sentimental ajoelhou-se pro que se tornou carnal e agora creio que o instinto se torna mais forte.Continue com o açoite em mãos,mas prometa que um dia o meu impossível cairá em mãos.Que o calor se tornará verdade,que tua boca não sumirá enquanto o beijo e que em verdade se torne o meu desejo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Na manhã seguinte ao acordar,quase não aguentava o coração dentro do peito.Deu bom dia ao sol,cantou com os pássaros e fez das paredes confidentes de suas juras de amor.A noite passada deixara o gosto do inacabado,da incerteza dos próximos dias que seguiriam.Tinha certeza que eram aqueles abraços e beijos que queria ter pra sempre.Achava bom sentir-se assim.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


O amor,viu o tempo levar.Mas se lhe era amor,como pode o tempo levar feito folhas que caem no fim da primavera?Não o soube responder.Aquilo tudo lhe tivera sido mágico,e mesmo depois da tempestade o que ficou foi a calmaria.Sentia uma vontade boba de voltar,sentia que ainda não era o fim,que histórias de amor tinham de ter final feliz.Bobagem.E com muito pesar,entendeu que se quisesse mudar rumo de sua história,seria em seus sonhos.Por vezes antes de adormecer,fechava os olhos e susurrava seu nome,pedia aos anjos que enviasse o mais lindo dos sonhos com aquele que tanto amava.Durante noites dedicou-se à isso.Às vezes chorava baixinho,para que não acordasse as irmãs que dormiam ali do lado.Eram lágrimas de saudade,logo sentia falta do seu riso,seu falar,seu andar,tudo lhe era saudoso.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


Desde então,até com os olhos fechados ia ao encontro daquele coração. Podia sonhar por vezes como seria o próximo encontro,o que falariam um ao outro ou se apenas deixariam que os olhos falassem.Ainda que não quisesse guardar tanto amor dentro do peito,enchia o pulmão de ar pois há muito não se sentia tão viva.Queria gritar,pular e até voar.O amor chegara com o gosto da primavera,um deslumbrante jardim florido.Eram dias quentes e viriam a esquentar mais ainda.

domingo, 18 de janeiro de 2009


O encontro hoje é comigo mesma, tanto que chega a hipnotizar. Eu que por vezes adio toda e qualquer possibilidade de manifestação pessoal,que escondo do mundo um abismo de emoções contidas,parei e libertei-as. Foi escrevendo de mim e para mim,que fiz novas descobertas.Perguntam-me quem sou à todo momento e na verdade só sei dizer que sou como uma folha em branco que há muito vem sendo rachurada.Quem vos escreve não é lá alguém de suma maturidade nem tão pouco experiência,mas deixei que minha sede de escrever corresse livre aqui. Mais do que sede,tenho fome,fome daquilo que toda a humanidade busca: a tão sonhada felicidade,e que nela venham juntos o amor ideal e a paz. E talvez por anos eu continue a desejar o mesmo,até descobrir o verdadeiro significado,bem como descobri que nuvens não são de algodão ou que ser uma veterinária de sucesso era um desejo infantil motivado pela minha paixão por bichos.Crescer é perigoso,requer um plano de vida e,logo eu que sempre fiz questão de planejar,veja só,parei no caminho pra pensar.Fiz escolhas que juguei certas,algumas olho com um certo arrependimento,mas também descobri que olhar o lado bom das coisas ajuda a fortalecer.Peguei caminhos errados mas destes soube voltar,voltar e fazer um recomeço.Re-começar pode não ser a palavra certa,eu não vou e nem quero o novo,quero mesmo é continuar,levar na bagagem tudo que me servir e me alimentar,o suficiente pra construir a minha história.Boas-vindas as novas descobertas!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Então sonhe, querida, querida, sonhe com quem você ama
Desse jeito você vai se encher de mundo
Com amor
Desse jeito você vai encarar todos os seus dias
Com certeza


dream about your love-vanguart


A estrada para o verdadeiro amor sempre tem obstáculos

domingo, 4 de janeiro de 2009


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada, e tiritam, azuis, os astros, ao longe"
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a quis, e às vezes ela também me quis...
Em noites como esta eu a tive entre os meus braços.
A beijei tantas vezes debaixo o céu infinito.
Ela me quis, às vezes eu também a queria.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como na relva o orvalho.
Que importa que meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta com tê-la perdido..
Como para aproximá-la meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a quero, é verdade, mas quanto a quis.
Minha voz procurava o vento para tocar o seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não a quero, é verdade, mas talvez a quero.
É tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta eu a tive entre os meus braços,
minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que esta seja a última dor que ela me causa, e estes os último versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda.